23 de junho de 2011

Linha direta com o ALÉM - Paulo Roberto Viola (Para revista além da vida)

A conversa de pessoas encarnadas com Espíritos, através de aparelhos eletrônicos, utilizados com recursos especializados para esse fim - fenômeno que se denomina transcomunicação instrumental - encontra no Brasil um trabalho científico pioneiro do qual Sonia Rinaldi  é uma das maiores expressões. Autora de sete livros, ela ocupa o cargo de Presidente da Associação Nacional de Transcomunicação, instituição que fundou em 1990, hoje com quase 2000 associados. Sonia, que é também conferencista e articulista,  muito respeitada no Exterior -  onde mantém laços estreitos com transcomunicadores notáveis -  tem perto de vinte anos de estudo e investigação,  acumulando mais de cinqüenta mil gravações.  Por suas pesquisas em 1995 e 1997 foi agraciada  duas vezes com o  prêmio internacional Hedri Prize, da Fundação Suíça de Parapsicologia.  Espírita convicta, a famosa pesquisadora declarou em uma de suas entrevistas: “meu ângulo de visão será sempre o do enfoque do Espiritismo Científico. Lembramos que Kardec estabeleceu uma base tríplice para a Doutrina Espírita, ou seja, os aspectos religioso, filosófico e científico. Tratamos mais especificamente do terceiro, ou seja, o científico”.  De São Paulo, onde é radicada, Sonia Rinaldi falou ao repórter da Revista Além da Vida: "Já fizemos mais de 350 telefonemas para o outro lado - técnica essa que desenvolvemos com o apoio da espiritualidade.”


Revista Além da Vida -  Como surgiu em você o interesse pela pesquisa da transcomunicação instrumental? Você já acreditava, antes, em comunicação entre os Espíritos?
Sonia Rinaldi - Antes de me interessar pela transcomunicação, por volta de 1988, eu já havia trabalhado como médium em centro espírita, aqui em São Paulo - conseqüentemente, sabia da realidade do intercâmbio entre planos. Freqüentando o Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas - IBPP, soube que na Europa, pessoas estavam gravando vozes de Espíritos, e isso apontava para uma possibilidade de algo muito mais "comprovável"  do que tudo que eu já havia visto.  Como sou do tipo São Tomé... isso viria a calhar.  De fato, isso se tornaria uma realidade nos anos que se seguiram, quando podemos ver o tema "sobrevivência após a morte"  investigado pela Ciência, justamente porque a transcomunicação permite uma sistemática de documentação e coletânea de provas que outros fenômenos não possibilitam.
Revista Além da Vida - Qual a experiência mais espetacular e convincente da autenticidade do fenômeno de que você participou?
Sonia Rinaldi  - Cada gravação traz particularidades que só familiares do falecido conhece, e isso é surpreendente.  Seriam inúmeros casos.  Vão desde terem os nossos comunicantes espirituais dado a "senha de banho"  de um visitante presente, até trazerem imagens de falecidos em vídeo, que permanecem por vários minutos na tela, com qualidade impressionante. Mas para narrar um caso bem recente, tivemos a visita de um diretor do programa da Ana Maria Braga em nosso laboratório, há poucos dias.  Ele perdeu a irmã e sonhava em ouvi-la. No dia que antecedeu à visita já marcada, fiz uma gravação e uma das diversas respostas foi: "Estou com a Hanna" e em seguida "Uma prova, chama a atenção".  Coloquei essa e outras gravações da véspera numa pasta no computador e esqueci desse áudio.   No dia seguinte, já com a presença do Rômulo e a esposa, que o acompanhava, comentei que na véspera eu havia feito contatos e que haviam alguns de clareza ímpar.  Abri a pasta de arquivos no computador e coloquei uns três áudios.  Nisso a esposa pergunta:  -"Esse arquivo que diz "Hanna"... poderíamos ouvir?"   Abri imediatamente, e eis que o casal ficou atordoado.  Não apenas reconheceram a voz da irmã falecida do Rômulo, mas confirmaram que Hanna, nome tão incomum, era a sobrinha adorada dela.  E ainda, havia o detalhe de confirmarem que "uma prova, chama a atenção".  Isso demonstra que ocorreu um processo inteligente, coerente e com identificação de voz.
Revista Além da Vida -  O cientista Ricardo Molina, da Unicamp, embora afirmando, em matéria publicada na mídia, que jamais participou de uma experiência de  transcomunicação, contesta o fenômeno, alegando que "não há como comprovar a voz de um  morto". Que réplica você oferece a esse tipo de argumento ?
Sonia Rinaldi  - Ele é um cientista respeitável, e certa vez, à pedido do programa Fantástico, ele analisou vozes nossas e disse em público: "Só posso afirmar que são vozes... mas não posso dizer se é de vivo ou morto". Sob o ponto de vista científico ele se posicionou corretamente.  Ocorre que, sonoramente falando, ambas as vozes são iguais, de vivo ou falecido.  Foi-se o tempo em que Voz Paranormal era sinônimo de chiado e de difícil compreensão.  Avançamos tanto que hoje em dia, só de ouvir, é impossível se dizer se a voz é de falecido.  Ocorre que, softwares de análises, como os que usamos atualmente, permitem o detalhamento de característica das vozes, matematicamente investigadas.  Trabalhamos com alguns cientistas, dentre eles, o físico Claudio Brasil, que já analisou mais de 500 de nossas Vozes.  Ele detectou peculiaridades nessas vozes que as diferenciam, apenas matematicamente, das vozes humanas.  O ouvido humano não tem capacidade para captar esses detalhes, mas a informática tem.  Possivelmente, o doutor Ricardo Molina, não tardará a acompanhar essas pesquisas.
Revista Além da Vida -  Você afirma que o Espiritismo fortaleceu o pilar religioso em detrimento do científico, tornando complicada a simples aceitação da transcomunicação no meio espírita. Como assim, se Kardec afirmou que se uma verdade nova se revelar (pela ciência), o Espiritismo a aceitará (Gênese, 1º capítulo, 55).
Sonia Rinaldi  - Uma coisa é o que Kardec propôs e outra é o que os centros espíritas fazem.  Ele não afirmou que o Espiritismo teria três pilares, o religioso, o filosófico e o científico?  Em que centro espírita é feito qualquer tipo de investigação, ou pesquisa, tal e qual era feito nos tempos dele?  Além de ficarem estudando aquilo que já está publicado há um século e meio, onde estão os novos avanços trazidos pelos espíritas? Ou os Espíritas ficarão aguardando que cientistas é que se interessem em comprovar se o Espírito existe ou não? Para eles, não existe e ponto.  A iniciativa de alimentar o Espiritismo com evidencias e provas que o validem - diferentemente de outras religiões que não conseguem provar os dogmas que estabelecem - deveria ser dos espíritas. Cadê isso? Kardec fez isso, e de certo esperava que esse ângulo, o científico não fosse esquecido. Mas na prática, o que se vê é muita ajuda social, estudo do que já existe e a busca da melhoria interior.  Isso é filosofia e religião, mas não é o pilar científico.  Com raras exceções, isso nem faz parte da Doutrina.   Conheço uns três ou quatro pesquisadores:  O doutor Sergio Felipe, que pesquisa a glândula pineal como fator de link com o plano espiritual;  o doutor Tubino, da Unicamp que pesquisa ectoplasmia e outros poucos.  Os centros espíritas se mantém distantes das pesquisas científicas.
Revista Além da Vida -  O preconceito religioso, em geral, tem prejudicado o avanço científico nessa especialidade?
Sonia Rinaldi  - Uma coisa é prejudicar e outra é se manter ao largo.  O meio espírita não prejudica em nada, nem minhas pesquisas, nem a dos colegas que citei acima.  Mas por outro lado, não apóia, não incentiva, não absorve. Passam ao largo. Enquanto outras  religiões e seitas deslancham na TV e Rádio...  angariando mais e mais adeptos, graças às promessas de fortuna etc... os espíritas ficam passivamente vendo a banda passar.  No último senso, o número oficial de espíritas era de 3 milhões.  De evangélicos, já era de 12 milhões.  É uma irresponsabilidade dos espíritas não apoiar a comprovação definitiva de que a morte não é o fim e que se deve ter mais responsabilidade na presente existência.  A não-ação  dos espíritas, favorece o deslanche de seitas que nos agridem e que posam de Verdade.  Penso que o meio espírita será mais tarde cobrado pelo que deixou de fazer.
Revista Além da Vida -  Que avanços se tem registrado para explicar o fato de que as vozes do Além somente ocorrem quando se interrompem a fala dos participantes  encarnados?
Sonia Rinaldi  - Isso denota um princípio inteligente. Significa que eles nos ouvem, sabem quando paramos de falar e respondem coerentemente.
Revista Além da Vida - Consta que você obteve o primeiro laudo internacional confirmando a transcomunicação. Como foi para obter esse documento?
Sonia Rinaldi  - Já fizemos mais de 350 telefonemas para o "outro lado" - técnica essa que desenvolvemos com o apoio da espiritualidade. Numa dessas gravações, uma mãe que perdeu uma jovem, a Edna, falava normalmente, quando a moça respondeu com tanta limpidez na voz, que nos ocorreu enviar para análise.  Por sorte, a mãe, Cleusa, tinha a voz da Edna quando viva, deixada numa secretária eletrônica, de forma que pudemos enviar as suas amostras.  A voz em fita da Edna, quando viva, e a voz paranormal, gravada no telefonema, a ver se eram da mesma pessoa.  Enviamos para  Itália, para nossos colegas Engenheiro Paolo Presi, e Engenheiro Daniele Gullá, que fazem parte de um centro de pesquisas, em Bologna.  O instituto do qual fazem parte é o "IL Laboratorio", que vem se especializando em análises de áudios e imagens paranormais.  Foram seis meses de trabalho para comparar ambas as amostras, usando um software empregado pelo FBI americano. A conclusão foi taxativa, num laudo com 52 páginas:  ambas as vozes eram da mesma pessoa.
Revista Além da Vida -  A transcomunicação buscada sem o conhecimento especializado do assunto pode trazer conseqüências negativas? De que tipo?
Sonia Rinaldi - Não tenho noticias de qualquer tipo de problema enfrentado por pessoas que pratiquem as gravações. Geralmente são pessoas que perderam um ser querido, e independentemente de serem espíritas ou não, gravam e obtém contatos.  Claro que gravações não devem ter o teor de brincadeira, mas acho difícil alguém brincar com isso.
Revista Além da Vida - Sabemos que qualquer pessoa pode participar da experiência. Em rápidas palavras, o que precisa para alguém iniciar-se nessa prática?
Sonia Rinaldi - Basicamente um computador... e saber manusear programas de gravação. Tudo isso ensinamos no nosso recente livro "Gravando Vozes do Além"  (que não está em livrarias).   Publicamos esse livro com o objetivo de ensinar o leitor a gravar, justamente porque são  milhares de pessoas que nos procuram porque sofrem pela perda de alguém querido e nos é impossível, atender nem 5% delas.  O jeito foi ensinar, e é surpreendente como iniciantes vão obtendo bons resultados.  Como esse nosso sétimo livro tem o objetivo de nos apoiar na compra de equipamentos, somente nós o vendemos. Caso o leitor se interesse é só visitar:  http://www.ipati.org
Revista Além da Vida - Que outra eventual  finalidade prática teria a transcomunicação, além de comprovar a imortalidade da alma?
Sonia Rinaldi - A transcomunicação permite provas que outros fenômenos não permitem;  fenômenos subjetivos não são passíveis de serem estudados cientificamente;  as imagens dos falecidos que já estamos recebendo, endossam a literatura espírita;  mostram que  vida do "outro lado" segue normal, sem anjos esvoaçantes etc... e claro, traz um consolo que muitas vezes não se consegue por outros recursos.  Ouvir a voz do falecido querido e vê-lo, é algo que só a transcomunicação possibilita. Mais que isso: sabemos que estamos em contatos com diversos planos dimensionais -  que ainda podem trazer informações e avanços que sequer sonhamos.  Há que se fazer...  Ou merecer.


Fonte: http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/alem%285%29.htm 

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