24 de março de 2012

Divaldo Franco, palavra inspirada e esclarecedora, difundindo a Doutrina Espírita.


Divaldo Pereira Franco, mais conhecido por Divaldo Franco, é hoje um dos maiores nomes do espirítismo mundial. Autor de mais de 250 livros psicografados - ditados pelos Espíritos Superiores -, como Joanna de Ângelis, sua mentora espiritual, e Manoel Philomeno de Miranda, estes com muitos títulos. São 211 autores espirituais que trabalham com Divaldo, tais como, Victor Hugo, Amélia Rodrigues, Ignotus, Vianna de Carvalho, Carlos Torres Pastorino, Bezerra de Menezes, Rabindranath Tagore, João Cléofas, Eros e Simbá... que tiveram publicados 240 títulos, com 80 versões para 15 idiomas; totalizando mais de quatro milhões e quinhentos mil exemplares, muitos deles ocupando lugar de destaque na literatura, no pensamento e na religiosidade universal. Divaldo cursou a Escola Normal Rural de Feira de Santana, onde recebeu o diploma de professor primário em 1943.

Nascido em Feira de Santana, Bahia, no dia 5 de maio de 1927, desde a infância diz comunicar-se com os espíritos. Ainda jovem, ficou traumatizado com a morte de seus dois irmãos mais velhos, e caiu enfermo, sendo conduzido a diversos especialistas da medicina alopática, sem conseguir qualquer resultado satisfatório. Através de Ana Ribeiro Borges, uma recém conhecida, foi levado à doutrina espírita, onde se viu libertado do trauma e encontrou entendimento para o fato ocorrido, e que refletiu beneficamente em toda a sua família. A partir daí, Divaldo dedicou-se seriamente ao estudo do Espiritísmo, e então foi aprimorando as suas faculdades mediúnicas

Em 1945 mudou-se para Salvador, a fim de trabalhar no Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado – IPASE -, para onde fez concurso, e ingressou como escriturário, em 5 de dezembro do mesmo ano.

Em 7 de setembro de 1947, dois anos depois, já espírita convicto, fundou o Centro Espírita Caminho da Redenção. Ele conta que mesmo como funcionário público, vendia sorvete nas praias de Salvador, com a finalidade de arrecadar dinheiro para a sua obra.

Divaldo Franco, hoje, com 85 anos, é um importante orador e escritor espírita, com quase sessenta anos devotados à mediunidade, e mais de quarenta dedicados a cuidar dos meninos de rua de Salvador. Para os quais, fundou, em 15 de agosto de 1952, junto com Nilson de Souza Pereira, a casa de assistência Mansão do Caminho, responsável pela orientação e educação de mais de 33 mil crianças e adolescentes carentes. É conhecida no meio espírita, a extraordinária história sobre um espírito obsessor, que por mais de 30 anos, “perseguiu” o Divaldo, que o chamava de “máscara de ferro”, pelo fato deste obsessor não mostrar o seu rosto. Um dia, a campainha da Mansão do Caminho tocou a noite, quando a porta foi aberta, ali estava, em uma pequena caixa, uma menina recém-nascida, com formigas por todo o corpo. Um dos seus filhos adotivos, já adulto, disse que não poderiam manter aquela criança por não haver mais lugar. Divaldo se negou a não atender aquela pequena criatura doente, e colocou-a sob seus cuidados imediatamente. Neste momento, seu obsessor espiritual, “apareceu” dizendo: “ esta menina foi minha mãe em outra encarnação, eu não vou mais persegui-lo”.

Divaldo Franco começou a fazer palestras em 1947, difundindo a Doutrina Espírita e hoje apresenta uma histórica e recordista trajetória no Brasil e no exterior, sempre atraindo multidões, com sua palavra inspirada e esclarecedora, acerca de diferentes temas sobre os problemas humanos e espirituais. Viaja em média 230 dias por ano, realiza palestras e seminários nacionais e internacionais. Suas atividades estão acima de 11 mil conferências proferidas no Brasil e no exterior, e visitou mais de 62 países.

Nas Américas, esteve em 18 países, em mais de 119 cidades, onde realizou acima de 1.000 palestras, concedeu mais de 180 entrevistas para rádio e TV , estimando-se 113 emissoras, por três vezes falou na Voz da América, a maior cadeia de rádio do continente. Recebeu em torno de 50 homenagens de vários países, destacando-se o honorífico título de Doutor Honoris Causa em Humanidades, concedido pela Universidade de Concórdia, de Montreal, no Canadá, em 1991. Também por três vezes palestrou na ONU, no departamento de Washington, e fez conferências em mais de 12 universidades do continente americano. No dia 6 de março de 2012, estará falando num dos prédios das Nações Unidas, para os centros espíritas de Nova York e adjacências.

Na Europa, esteve em além de 20 países, visitou mais de 80 cidades, onde realizou acima de 500 palestras, concedeu 50 entrevistas de rádio, e para 40 emissoras de televisão. Recebeu homenagens de vários países; fez conferência em cerca de 10 universidades européias e, por duas vezes, na ONU, no departamento de Viena.

Na África, esteve em mais de cinco países, em 25 cidades, realizou 150 palestras, concedeu mais de 12 entrevistas de rádio e TV, em 11 emissoras; e recebeu quatro homenagens.

Na Ásia, esteve em 5 países, em 10 cidades, realizando mais de 12 palestras.

Na península ibérica, se destacou pela assistência ao movimento espírita português e espanhol, durante a ditadura fascista de ambos os países.

Em 31 de agosto de 2000 participou, a convite da ONU, do Primeiro Encontro Mundial da Paz, uma reunião de cúpula, dos líderes religiosos de expressão internacional, para se discutir e formular proposta de paz. Suas palestras promovem o pacifismo, comparam a doutrina espírita com correntes filosóficas niilistas, hedonistas e orientais; estabelecem também pontos de convergência entre a doutrina espírita e a ciência, principalmente a psicologia. E incentivam a busca constante pelo autoconhecimento, fundamentadas em noções sobre psicologia e doutrina espírita.

Em 2006, estreou no website da Mansão do Caminho, http://www.mansaodocaminho.com.br/site/ o programa de entrevistas Encontro com Divaldo.

Divaldo Franco, sempre quis de cuidar de crianças. E por isso, educou mais de 600 filhos adotivos, hoje emancipados, a maioria com família constituída, profissionais no magistério, contabilidade, serviços administrativos e medicina, que deram-no 200 netos. Na década de 60, iniciou a construção de escolas-oficinas profissionalizantes, e de atendimento médico. Hoje a Mansão do Caminho é um admirável complexo educacional que atende 3.000 crianças e jovens carentes, na Rua Jaime Vieira Lima, 01 – Pau de Lima, um dos bairros periféricos mais carentes de Salvador; tem 83.000 m² e 43 edificações. A obra assistencial é basicamente mantida pela venda de livros mediúnicos e fitas gravadas nas palestras; para a qual cedeu em cartório, os direitos autorais de suas publicações impressa, visual e sonora.

Estes são alguns dos órgãos assistenciais administrados pelo Centro Espírita Caminho da Redenção:

- Mansão do Caminho (semi-internato para crianças e jovens carentes), fundado em 15 de agosto de 1952;
- A Manjedoura (creche para crianças carentes de 2 meses a 3 anos de idade) ;
- Escola Jesus Cristo (ensino fundamental), fundada em março de 1950;
- Escola Allan Kardec (ensino fundamental), fundada em 1965;
- Escola de Informática;
- Escola de Educação Infantil Alvorada Nova, fundada em fevereiro de 1971 com o nome de Esperança;
- Escola de Evangelização (ensino espírita para público infantil);
- Juventude Espírita Nina Arueira (evangelização e ensino espírita para o público jovem);
- Caravana Auta de Souza (auxilia idosos e pessoas inválidas portadoras de doenças irrecuperáveis e degenerativas);
- Casa de Assistência Lourdes Saad (distribuição diária de sopa e pão);
- Casa da Cordialidade (assiste a famílias carentes);
- Centro de Saúde J. Carneiro de Campos;
- Evangelização Nise Moacyr (evangelização de crianças);
- Grupo Lygia Banhos (esclarecimento e consolo a comunidades carentes);
- Livraria Espírita Alvorada (editora e gráfica).

2 de março de 2012

BA: lei causa polêmica ao determinar que alunos rezem antes da aula

Lucas Esteves
Direto de Salvador
A cidade baiana de Ilhéus convive desde o início do ano letivo, no último dia 16 de fevereiro, com uma curiosa lei aprovada no final de 2011 pela Câmara de Vereadores. A lei 3.589 determina que todas as escolas municipais fiquem comprometidas a rezar um "Pai Nosso" diariamente antes do início de aulas. A medida causou polêmica na cidade, mas, segundo a secretaria de Educação, professores e alunos já se adaptaram e até gostam da ideia.

A lei, que ficou conhecida como "Lei do Pai Nosso", foi criada pelo vereador Alzimário Belmonte (PP), evangélico atuante na comunidade. Segundo ele, a intenção não era obrigar ninguém a uma conversão ou submeter outras religiões à fé cristã, mas sim despertar nos jovens valores e reflexão. Ele disse também que, no texto da norma aprovado na Câmara, nenhum tópico cita obrigação às escolas de fazer cumprir a reza.

De acordo com a secretária de Educação do Município, Lidiney Campos, nenhuma escola relatou qualquer tipo de problema com a determinação. Ela argumenta que, apesar de haver uma consciência geral de que o Estado é laico e que, em teoria, a lei é inconstitucional, a comunidade acatou e celebrou a chegada da medida. Assim, há professores que fazem a reza e outros que preferem não colocá-la em prática.

"Não tem nenhum tipo de pressão no ambiente da escola. Nós trabalhamos com o fato de que cada educador tem de agir de acordo com sua coerência. Claro que nós sabemos que o Estado é laico, mas ao mesmo tempo, dentro de várias escolas, muitos professores já tinham esta prática. Assim, quem já tinha esse costume continua. Alguns que não tinham agora aderiram e quem não quis, não reza", explica a secretária.

Apesar do debate inicial, agora a situação está normalizada, diz Lidiney, a ponto de até o momento nenhum pai ou aluno ter feito reclamações às diretorias da escolas ou à secretaria. "Não tivemos resistência. Nem de pais, nem do sindicato de professores e nem do conselho social. O que digo é que, dentro da rotina do ambiente escolar, nada mudou".

Diretora da Escola Nuclear Jaripaguá 2, a professora Maria Aparecida Souza concorda com a secretária e diz que, no cotidiano da unidade de ensino que coordena, a lei foi bem recebida e agora se tornou um costume cultivado cuidadosamente. Ela reconhece que há uma diversidade religiosa nas salas de aula e que a reza não é imposta aos educadores e nem aos alunos, mas que em geral tem havido a celebração do Pai Nosso tanto em aulas quanto em reuniões.

"Esta semana, por exemplo, começamos uma reunião de professores com uma oração espontânea e foi um momento bom. Os pais não reclamam de maneira nenhuma, pelo contrário. Pedem que orientem os filhos na escola. É importante que nós tenhamos valores religiosos na nossa educação. Deus está presente em todos os momentos de nossa educação", diz a diretora.

A pedagoga Maribel Barreto discorda do fato de que a religião, da maneira como é conhecida, precise estar presente na educação da cidade. Pós-doutorada em consciência e transdisciplinaridade, a educadora argumenta que a existência da lei é um incentivo para que o ensino tenha espaço para instruir os jovens no contato com a dimensão mais intima de seu ser, complementando a educação. Mas para além da doutrina religiosa pura e simples.

Para ela, o momento de reflexão no ambiente escolar deve procurar fazer dos estudantes religiosos no significado original da palavra. "Religião vem do latim religare, que significa reconectar. Então a função desta reflexão é fazer a ligação da nossa parte essencial, a nossa parte mais sutil, que é a consciência. Temos de ensinar às nossas crianças que a vida não é só materialidade. Não dá para cuidar só da dimensão aparente", defende.

A medida tem grandes chances de ser declarada inconstitucional. De acordo com a secretária Lidiney Campos, a polêmica inicial e a repercussão da criação pela lei levaram tanto o prefeito da cidade, Newton Lima, quanto o próprio criador da lei, a uma "reflexão" sobre a necessidade formal da legislação. A pedagoga Maribel está ciente da tendência e sugere à prefeitura de Ilhéus que, se revogar a Lei do Pai Nosso, não aposente o tempo dedicado à oração e o transforme em outras maneiras de convidar os alunos ao autoconhecimento.

"A esperança é a de que eles não percam o tempo. É uma chance de usar essa disponibilidade para propor uma coisa mais eclética, como a meditação. Meditação é uma forma de acalmar o externo e se voltar para o interno. Convidar os jovens a buscar observar o que sentem, não o que pensam. Estimular a sentir as batidas do coração, a respiração, em silêncio absoluto", afirma. Maribel defende também que esta prática, que é exercida em algumas escolas fundamentais e também em cursos superiores em Salvador, seja levada ao ensino público municipal e estadual.

Fonte: Terra.