3 de julho de 2011

Miopia em Tempo de Mudanças


Mensagem de Ramatis (28 de junho de 2004)

O ser humano tende a conduzir suas questões espirituais de modo atrelado à matéria,
entendendo que a prática constante do trabalho religioso, e a freqüência regular em instituições
pertinentes, tornam-se o bastante para promover a elevação espiritual de cada um.

Essa linha de pensamento conduz ainda à idéia distorcida de que o trabalho devoto,
desde que conduzido sem apego ao dinheiro, abre as portas para que o mundo
espiritual facilite o ganho financeiro por outras vertentes profissionais.

Assim, fica difundida a concepção de troca, desprezando-se de maneira perigosa e
inconseqüente o objetivo primordial do serviço mediúnico ou similar, o qual se deve
a motivos carmáticos de várias ordens.

Um médium, por exemplo, mesmo que profundamente dedicado, poderá passar por
dificuldades financeiras se este for o seu carma, que em outras palavras representa os
 ensinamentos promovidos por Deus. E sua grande vitória será entender isso,
e não descuidar das responsabilidades espirituais, mesmo que atravesse a crise na matéria.  

Essa falta de percepção é habitual em centros espiritualistas de várias correntes,
quando médiuns desistem do trabalho alegando que suas vidas profanas não apresentaram
melhora na questão financeira e até na sentimental. Não conseguem separar o lado
espiritual do profano, esquecendo de que o trabalho espiritual é derivado de dívidas
adquiridas em outras encarnações, porém que se apresenta na atual como um remédio
curador concedido pela bondade de Deus.       

Essa inobservância em relação ao processo evolutivo denota uma profunda associação
da matéria à espiritualidade, trazendo esta como patrocinadora dos ganhos e do bem-estar
material. Fica, dessa forma, transferida em grande parte para a espiritualidade, a responsabilidade
de agir para que ganhos materiais compensem os homens pelo bom comportamento
quanto ao trabalho espiritual. 

O que permanece esquecido em tudo isso é, no entanto, o dever do homem no sentido de
trabalhar sua própria evolução. Pouco adiantará sua assiduidade no trabalho espiritual,
regada por gestos elogiáveis no contato com terceiros, passando uma imagem de homem de
bem, ou a presença em sessões de cura recebendo tratamentos contínuos. São meros
paliativos, se a luta e a vitória contra as próprias imperfeições não for desenvolvida.  

Situação similar tem ocorrido em relação ao final de ciclo da Terra. Fala-se muito
em resgate cósmico promovido por naves espaciais, e a palavra resgate passou a substituir
de forma convincente para os omissos a palavra salvação. A negligência em tratar das coisas
do espírito passou a ser justificada pelo tal resgate.  

Ora, não pensem que no momento dos cataclismos Deus deixará de ser Deus para alguns e
continuará O sendo para outros. O tratamento será igual para todos. Aqueles que partirem da
Terra para o astro intruso, ou para planos espirituais mais avançados o farão desencarnados,
com o transporte para mundos mais evoluídos sendo realizado por vimanas no campo etéreo.
Portanto, não se trata de resgate na concepção conhecida pelos homens, mas numa transferência
entre planos espirituais abalizada pelo mérito dos beneficiados.

Do mesmo modo que as migrações do astro intruso e de outros orbes para a Terra ocorrerão
também no campo espiritual, com todos os participantes desencarnados.

Por isso é extremamente importante continuarem a luta contra as suas imperfeições, despertando
a evolução do espírito. Não se considerem salvos ou eleitos, pois isso causa a descontinuidade
do alento e da disposição para lutar. Ninguém pode ou tem o direito de se considerar salvo,
pois essa é uma prerrogativa que cabe somente à justiça divina, que conhece a fundo
nossas verdadeiras necessidades evolutivas, intenções e pensamentos.

Ademais, não divulguem notícias e idéias sobre a salvação fácil, porque estarão contribuindo
para que vocês mesmos e seus irmãos sejam iludidos, descartando a emergência das
responsabilidades espirituais. Curem-se de uma provável miopia em tempo de mudanças,
para evitarem arrependimentos tardios e a animosidade daqueles que forem desencaminhados
por falsas promessas.

As orientações espúrias que conduzem ao sofrimento também são raízes de conflitos e de
obsessões, que se processam tanto na espiritualidade quanto em encarnações vindouras, na
Terra ou em outros orbes.


Sejam conseqüentes sobre o que fazem, propagam e ensinam, e olhem 
mais intensamente para o próprio espírito.

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