30 de agosto de 2011

Mediunidade e doentes

Reunião pública de 12/9/60
Questão nº 176 - Parágrafos 1º 2º e 3º


No que se refere aos doentes, os cientistas ateus apenas enxergam o
corpo na alma e os religiosos extremistas apenas enxergam a alma no corpo;
as inteligências sensatas, porém, observam uma e outro, conjugando bondade
e medicação nos processos de cura.
    
Os cientistas ateus, ao modo de técnicos puros, quase sempre entregam
exclusivamente ao laboratório toda a orientação terapêutica, interpretando a
moléstia como sendo mero caso orgânico de curso previsto, qual se o corpo
fosse aparelho frio, de comportamento pré-calculado, esquecendo-se de que
os  corpúsculos  brancos  do  sangue  fabricam  antitoxinas  sem  haverem
freqüentado qualquer aula de química.
      
Os  religiosos  extremistas,  à  feição  de  místicos  intransigentes,  quase
sempre  entregam  exclusivamente  à  oração  todo  o  trabalho  socorrista,
interpretando a moléstia como sendo simples ato expiatório da criatura, qual se
a alma encarnada fosse entidade onipotente na própria defensiva, olvidando
que os vírus não interrompem o assalto infeccioso diante dessa ou daquela
preleção de moral.

As inteligências sensatas, no entanto, percebem que o corpo se move à
custa da alma, sabendo, porém, que a alma, no plano físico, precisa do corpo
para manifestar-se, embora reconheçam que toda reação substancial procede
do interior para o exterior, razão pela qual, em todos os tratamentos, como
ação supletiva, será lícito recorrer às forças inesgotáveis do espírito.

*

Na  mediunidade  curativa,  portanto,  suprime  a  enfermidade,  quanto
possível, com o amparo da medicina criteriosa, mas unge-te de amor para
socorrer o doente.

A  solidariedade  ergue  o  índice  da  confiança  e  a  confiança  mobiliza
instintivamente os recursos da Natureza.

Pronuncia  a  prece  que  reconforte  e  estende  o  passe  magnético  que
restaure, como se fossem pedaços de teu próprio coração em forma de auxílio.
Sobretudo, não envenenes o ânimo de quem sofre.

Ainda  mesmo  diante  dos  criminosos  e  viciados  que  a  doença  arruina,
levanta a voz e alonga os braços, sem qualquer nota de azedia ou censura,
recordando que possivelmente estaríamos nós no lugar deles se tivéssemos
padecido as provas e tentações nas quais sucumbiram, agoniados.

Seja quem for o doente do qual te aproximes, compadece-te quantas vezes
se  fizerem  necessárias,  entendendo  que  é  preciso  aprender  a  ajudar  o
necessitado, de maneira que o necessitado aprenda a ajudar a si mesmo.

Somente assim descobrirás, tanto em ti quanto nos outros, o surpreendente
poder curativo que dimana, ilimitado e constante, do amor de Deus.

SEARA DOS MÉDIUNS
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

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